quinta-feira, 29 de março de 2012

Fica, vai ter bolo!


            Quem não adora um bom pedaço de bolo? No Brasil, usamos em nossos bolos muita fruta, como goiaba, banana, morango, coco. Usamos muito açúcar e é claro, chocolate! Especialmente o bolo de brigadeiro, que roubou o posto de favorito do famoso floresta negra. Usamos também diversos tipos de farinha, não só o de trigo, mas também de fubá, de mandioca e de rosca. No começo adaptando receitas portuguesas, substituindo a farinha de trigo que na época, era difícil de encontrar. Com o tempo essas farinhas viraram tradição.
            E tem pra todos os gostos, o preparo varia de acordo com o chef, Carole Crema, do La Vie em Douce por exemplo, misturou o pernambucano bolo de rolo com o de fubá. Carole junta o clássico e o contemporâneo, o nativo e o internacional.
            Gostamos mesmo é do estrago, muito açúcar, muito recheio, muita cobertura. Nossos bolos também são mais úmidos. As opções são diversas, os ingredientes e possibilidades para um bolo não acabam, as combinações ficam a critério dos chefs, coco, maracujá e chocolate branco, abacaxi e coco, fubá com goiaba. Tem também aquele bolo neutro ou um pão-de-ló, pra comer enquanto bebe café, chocolate quente ou chá.
            Quando fazemos aniversário, bolo não pode faltar, é quase mais importante do que o próprio aniversariante. E esses bolos em geral seguem nosso gosto habitual, mas com ainda mais exagero na cobertura e nos confeitos.
            Algum bolo com certeza agrada seu paladar. Tem bolo pra todos os gostos. Podemos contar com eles pra manterem nossa vida açucarada e deliciosa.  
Chef Carole Crema ensina a fazer o bolo de brigadeiro.

Bolo de Brigadeiro.

Cacau, café, chocolate, mel, canela e dois números a mais no manequim!

Os cupcakes são uma nova abordagem para bolos, esse é de coco.
Mini-bolos de chocolate e chá de canela.
Bolo com castanhas, para nooooossa alegria!
Bolo de mousse de chocolate. E suas lombrigas se revirando, aposto!
Combina até com espumante.
Chocolate e frutas vermelhas combinam muito bem.




Fonte: Revista Menu, novembro de 2011

Chocolismo


            Os chocolatras vão ficar muito felizes com as novidades que vamos contar. A primeira é que o movimento na ultima década para resgatar a produção de cacau e recolocar o Brasil na rola de quem aprecia seus produtos está dando resultados. Prova disso é que iremos sediar esse ano, pela primeira bem, o Salon Du Chocolat (falaremos mais desse evento depois). A segunda é que a qualidade cacau está motivando nossos chefs a, não apenas criar receitas com ele, mas a combinar frutas brasileiras com o chocolate.
            Nosso chocolate é mais seco, com sabor amendoado, não é tão doce. Foram com essas características que a chef Mara Mello trabalhou em combinações para criar receitas diferentes. Misturando chocolates branco e preto com frutas como acerola, maracujá, cupuaçu, banana e tamarindo, Mara desenvolveu receitas de dar água na boca com uma carinha bem brasileira. Uma opção para a sobremesa e é claro, para a páscoa!
            Misturar chocolate com castanhas brasileiras também é uma boa pedida, talvez até melhor do que amêndoas européias, você não acha?
            Nossos chocolates estão despertando o interesse dos melhores chocolateiros do mundo, e levando em conta os problemas que atingiram a produção de cacau de Ilhéus no fim da década de 80, essa é uma reviravolta e tanto. Uma praga devastou as plantações da região que concentra a produção de cacau brasileira.
            Então receber o Salon Du Chocolat marca o renascimento do nosso cacau. Esse evento é o maior do setor, com edições em Paris, Nova York e Tóquio. Vamos nos mostrar como produtores de bons chocolates, não somente fornecedores de matéria prima. Chega de ser a fazenda do mundo né? O festival deve ser realizado entre 6 e 8 de julho em salvador.
            Mas ainda precisamos que nosso país tenha mais produtores de chocolate gourmet. A chef Mara Mello afirma que os brasileiros já saber identificar os produtos de maior qualidade. E esperamos que essa demanda da clientela estimule nossos chefs a criarem mais e mais delícias com nosso chocolate.


Chef Mara Mello para a revista Menu.



Com a praga-da-bruxa, a produção de chocolates foi interrompida na Bahia. Desde 2000, Diego Badaró veio investindo na recuperação das fazendas de sua família, atingidas pela praga. Não foi fácil, 10 anos de trabalho e pesquisa. O fato da Amma Chocolates, comandada por Diego, produzir chocolate orgânico, contribuiu para essa demora. A fabricação do chocolate segue os princípios orgânicos, são quase dois meses para sair da plantação e se transformar em doce. 


Fonte: Revista Menu, Março 2012.




quinta-feira, 15 de março de 2012

Café ♥


            O café é uma estrela a parte, pode-se escrever uma enciclopédia inteira só contando fatos, curiosidades e receitas do café. Pra encurtar a história, o café teve início no século IX e é originário das terras da Etiópia. Difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Em alguns períodos da década de 80 chegou a ser a segunda mercadoria mais negociada no mundo por valor monetário, atrás apenas do petróleo.
            Na América do Sul a planta chegou através dos franceses que tentavam colonizar a região, e foi assim que as primeiras mudas chegaram ao Brasil – por brasileiros em contato com os franceses – em 1727, plantando-as no Belém do Para e depois, quase que de mão em mão, passando pela costa do litoral brasileiro e sendo experimentado em diversas províncias até chegar na década de 1770 no Rio de Janeiro, onde a planta se adaptou muito bem.
            Fato é que o café está presente em todos os lugares. Seja no trabalho, onde todo mundo bebe café (até quem diz não gostar) pra acordar ou pra parar de trabalhar mesmo; ou em lugares especializados. Vem em diversas espécies, arábica, robusta, torra clara, torra escuta, torrado, moído, em grãos, fica difícil pegar todos os detalhes sobre ele. É outro produto democrático, consumido por pobres e ricos, leigos e gourmets. Está em doces, drinks e até mesmo em pratos salgados.
             O café combina com qualquer momento, no desjejum, para dar energia (assim como o guaraná, também é um estimulador, cheio de cafeína), depois do almoço ou do jantar pra fechar a refeição com chave de ouro, no meio da tarde, em um encontro a dois, em eventos corporativos, em reuniões, entre amigos, entre família...
            Ele é capaz de atingir diversos públicos, seja através de seus subprodutos ou através da bebida em suas diversas formas: expresso, americano, macchiato, expresso panna, árabe, doble, caribenho, latte, mocha, amaretto, capuccino... algum deles sem dúvida conquistará seu paladar.
            Existe até aplicativo pra localizar cafeterias através do seu smartphone. De verdade, o aplicativo se chama CoffeFast, está disponível pra iPhone e Android e localiza estabelecimentos com café num raio de 16km a partir da sua localização.
            O café é um astro dos ingredientes, agradando o mundo todo, apresentando novas possibilidades de uso através dos anos, avançando com a gastronomia. Os viciados da cafeína estão por toda parte e até quem não é viciado acaba se rendendo a alguma preparação onde é utilizado. Ainda tem muito o que explorar dessa fascinante ferramenta gastronômica. Afinal, café combina com tudo.

Medalhões de mignon com café.

Fetuccine com maionese e café.

Camarões ao molho de café.

Tapioca de café elaborada pelo chef Rodrigo Oliveira.

Pudim de tapioca com café.


Para conhecer os diversos tipos de café.

Aprendendo a coar o café perfeito com a Cecília Sanada.

Receita de arroz crocante com aspargos grelhados e purê de abóbora com a chef Luana Budel.








Guaraná


              Paullinia cupana. Nome esquisitinho pra uma planta que faz parte da nossa vida, ainda que indiretamente. Paullinia cupana nada mais é do que a árvore que dá origem ao famoso guaraná. É um cipó originário da Amazônia e encontrado no Brasil (não, magina!), na Venezuela, no Peru e na Colômbia, sobretudo no município de Maués.
            A pequena frutinha de casca vermelha, que fica parecendo um olho quando madura e que muita gente por ai só viu por foto, possui uma grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando extraída do guaraná). Sim, aquela substância que deixa as pessoas elétricas. Por essas propriedades estimulantes, é muito usado em bebidas energéticas, refrigerantes, barras, pós e xaropes. Mas também podemos usá-lo como um ingrediente em nossa gastronomia. Você encontra por ai receitas de bolos, tortas, sorvetes, mousses, gelatinas, massas de empada e até pavês feitos com o fruto. A fama é tanta que a indústria cosmética passou a utilizar o guaraná.
            O guaraná aumenta a resistência nos esforços mentais e musculares e diminui a fadiga motora e psíquica. Além de produzir maior rapidez e clareza do pensamento e ser levemente afrodisíaco. Que legal, vamos tomar um montão de guaraná pra cansar menos e pensar mais, certo? Errado. Produtos a base de guaraná são gostosos e ainda têm todos esses benefícios, se você pensou que estava bom demais pra ser verdade, acertou. É claro que tem que ter um ‘porém’. Pois é, se consumido em excesso causa uns efeitos colaterais básicos como insônia, irritabilidade, taquicardia, azia e dependência física. Pois é, tudo o que é bom deve ser apreciado com moderação (droga!).
            Aqui no Brasil, o guaraná é mais conhecido através dos refrigerantes. O processamento do xarope do fruto iniciou-se aqui em 1905 por um homem chamado Luiz Pereira Barreto, um médico do Rio de Janeiro. Em 1906 foi lançado pela F.Diefenthaller, uma fábrica de refrigerantes do Rio Grande do Sul, o Guaraná Cyrilla. E em 1921 o Guaraná Champagne Antarctica, pela empresa homônima.
            Em alguns países do Leste Europeu fabrica-se uma bebida energética à base de guaraná. Mas a bebida deles não é docinha como a nossa. É azeda e tem efeito cardioacelerador.
            Não é a toa que o guaraná é uma das estrelas do nosso blog, além da popularidade, do sabor inconfundível e da versatilidade, ainda é um produto 100% brasileiro!
Parece que a danada da frutinha está nos encarando.
O bolo de fubá com guaraná é só uma das opções de receitas usando o fruto.
Açaí com guaraná é uma junção bem populas. Mas misturar os dois com vodka de baunilha, tekila e castanha de caju torna a combinação muito mais atraente.
Os refrigerantes de guaraná são muito comuns, mas cor-de-rosa você só encontra no Maranhão.





quinta-feira, 8 de março de 2012

Por uma gastronomia sem preconceitos.


“O termo minoria diz respeito a determinado grupo humano ou social que esteja em inferioridade numérica ou em situação de subordinação sócio-econômica, política ou cultural, em relação a outro grupo, que é majoritário ou dominante em uma data sociedade. Uma minoria pode ser étnica, religiosa, lingüística, de gênero, idade, condição física ou psíquica.”
            Quando se trata de preconceito, sabemos que o brasileiro ainda tem muito que aprender, muito com o que se familiarizar. Infelizmente, muitos preconceitos passam das ruas para os ambientes corporativos, dificultando as “minorias” de alcançarem sucesso profissional. Felizmente a gastronomia tem se mostrado uma área democrática, quebrando aos poucos preconceitos e barreiras. Sim, ainda falta muito pra chegar ao ideal, mas saber que a inclusão existe na nossa área de interesse faz bem. Até por que, a maioria de nós está incluso em alguma dessas minorias. Vamos conhecê-las então e conhecer também exemplos de sucesso dentro de cada uma delas.
            Machismo:
“Machismo ou chauvinismo masculino é a crença de que os homens são superiora às mulheres.”
            Mulheres como Mara Salles, Helena Rizzo e Bel Coelho mostram que tudo bem esquentar a barriga no fogão, desde que seja pra ganhar muito bem e ser reconhecidas por isso!
Chef Bel Coelho (Dui)
Homofobia:
“Homofobia é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais.”
            Mas os homossexuais têm um lugarzinho ali na cozinha, como o Rodolfo Bottino teve enquanto vivo.


Chef Rodolfo Bottino (1959 - 2011) 

Racismo
“O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensa em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras.”
            É absurdo ainda existir racismo no nosso país, já que aqui as pessoas provêm de uma grande mistura de raças e etnias. Mas chefs como Bruno Duarte e Rogério Shimura mostram que esse preconceito foi quebrado na cozinha.
Chef Bruno Duarte
Chef Rogério Shimura

Preconceito contra pessoas tatuadas

            Nós sabemos que no mercado de trabalho esse preconceito é muito comum. Já na gastronomia, difícil é achar um chef que não tenha nenhuma tatuagem, os chefs Diego Lozano e Alex Atala são bons exemplos disso.
Chef Diego Lozano
Alex Atala

Preconceito contra pessoas com deficiência

            Este preconceito existe e apesar das cotas é difícil imaginar como uma pessoa com deficiência poderia trabalhar em uma cozinha, afinal, o trabalho exige muita mobilidade. Mas fato é que é possível sim!
            Valdenini Resende é professora de um curso de culinária oferecido pela Adeva (Associação de Deficientes Visuais e Amigos). “Além de produzir a comida, eles aprender a lavar a louça, a varrer o chão e a limpar tudo depois”, afirma.
            O bar e restaurante Dot gourmet fica em Valinhos e permite total acessibilidade ao deficiente. O chef deles, Tarsis Eduardo Prates, de 26 anos, possui uma deficiência. Uma das pernas de Tarsis é mais curta.  

             É assim que os profissionais da gastronomia vão aos poucos quebrando preconceitos e incluindo as pessoas na área. Esses são apenas alguns exemplos de preconceito, ainda existem muitos outros.Mas numa cozinha o que realmente importa é seu talento, organização e higiene. A inclusão dessas pessoas no nosso dia-a-dia é o primeiro passo pra mostrar que são pessoas normais, apesar de serem diferentes de você em algum ponto. 









Hmmm, brigadeiro.


            O paladar do brasileiro é muito adocicado. Nas nossas sobremesas o açúcar não falta, entra até em excesso. O brigadeiro entra nessa categoria de exageradamente doces, e é tão popular por aqui que já virou um símbolo do nosso país.
            Existem várias versões para o surgimento do brigadeiro, sabemos que foi em homenagem ao brigadeiro Eduardo Gomes. Uma versão diz que o doce era vendido em festas de campanha pra arrecadar fundos. Outra diz que mulheres engajadas vendiam os docinhos por conta própria pra ajudar no fundo de campanha. Ainda a uma que conta que uma mulher carioca inventou o doce e simplesmente colocou nela o nome do candidato favorito. De qualquer forma o docinho-boca-de-urna se tornou muito popular, as pessoas iam às festas para comer o tal “doce do brigadeiro” que depois ficou conhecido só como “brigadeiro” mesmo.
            O que importa é que o brigadeiro é uma receita simples, gostosa e acessível, e fez sucesso por anos acompanhando o bolo em festas infantis. Ele continua intacto nesses eventos, mas ganhou espaço em outros. Com alguns retoques aqui e ali damos ao doce uma cara mais elegante, os vestimos com uma roupinha de gala e pronto, podemos servi-lo em eventos corporativos, casamentos, formaturas...
            Não demorou muito pra perceberem que o docinho era um bom negócio, adultos e crianças se rendem a ele facilmente. Produtos com sabor brigadeiro começaram a surgir e hoje se encontram diversos derivados dele. São bolos, bolachas, tortas, pudins, mousses, bombons, pavês, crepes, churros, milk shakes, balas e até chiclete. Recentemente a Starbucks colocou em seu cardápio o frapuccino de brigadeiro, e já é um sucesso.
            As invenções com o doce não param por ai, hoje temos outras formas de comer brigadeiro. Desligando o fogo um pouco antes de começar a soltar da panela, por exemplo, o doce fica mais cremoso e pode ser em potinhos para se comer de colher ou em bisnagas plásticas. Mais do que um acompanhamento, também virou uma opção de lembrancinha.
            De doce popular a doce fino com ajustes simples. Uma alteração na cobertura, uma variação diferente de chocolate na receita, uma embalagem mais bonita e pronto, ele está pronto pra ser vendido pra pessoas de alto poder aquisitivo. Hoje temos lojas especializadas em brigadeiros, que oferecem diversas variações do doce, tão deliciosas quanto a receita tradicional. São brigadeiros com castanhas, frutas, café, bebidas alcoólicas, doce de leite, leite em pó, nutella, chocolate branco, meio-amargo...
            Temos então nosso doce, com a cara do Brasil. Um doce que pode ser servido de diversas formas, com diversos sabores e em praticamente todas as ocasiões. Uma sobremesa, um acompanhamento, um quitute de festa, um presente... Democrático, acessível, sempre adoçando a vida do brasileiro, do jeitinho que nosso paladar gosta.
Docinho simples que vira uma opção elegante e criativa de presente.

Brigadeiro cremoso em bisnagas de plástico.

As opções de sabores crescem a cada dia que passa.



O brigadeiro de colher servido em mini panelinhas, pequenos potinhos ou em recipientes de chocolate.

Café com brigadeiro podem sim ser conviver em harmonia.
E pra provar, Taciana Kalili (Brigaderia) e Eliana Relvas nos ajudam a harmonizar café com diferentes sabores de café:


MariMoon (Acesso MTV) visitou a Brigaderia e trouxe duas receitinhas pra nós:

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sabores da Amazônia


            Quando se fala em cozinha amazônica, o que te vem à cabeça?  Índios em volta de uma fogueira cozinhando peixes em suas próprias lanças? Em primeiro lugar, vamos parar com essa bobagem de generalizar. No Rio de Janeiro não tem só favela e o Projac, na Bahia não tem só acarajé e gente preguiçosa e na Amazônia não tem só índios. Ok, 98,61% das terras indígenas estão lá, mas o estado é enorme, é o maior do Brasil em extensão territorial, é evidente que não se limite às reservas. Sem contar que sem dúvida a culinária indígena vai muito além de peixes sem tempero, sobretudo com a riqueza de ingredientes disponíveis na mata.
            A cozinha amazonense tem em sua base, castanhas, peixes, camarões miúdos, mandioca, pimentas e ervas perfumadas, isso graças aos rios e às florestas densas da região. São peixes como o tucunaré e o pirarucu, preparados de diversas formas. O pungente tucupi, que é um caldo extraído da mandioca-brava, e a farinha extraída da mesma mandioca. Os pratos são simples, mas os ingredientes usados em seu preparo os tornam extremamente saborosos.
            E mesmo quem não é, nem deseja ser um chef, pode conferir a riqueza de ingredientes amazônicos em cruzeiros pelo rio Negro ou pelo rio Solimões.  Nessas viagens você pode pescar piranhas, observar botos e jacarés e aproveitar pra apreciar um pouco dos sabores locais. Uma aventura e tanto, não é mesmo? A bordo o cardápio mescla os sabores da floresta e receitas clássicas, devido ao número de turistas. Os navios são abastecidos em Manaus com peixes, frutas e legumes frescos, e ainda ingredientes em conserva. Entre os pratos favoritos está a costelinha de tambaqui, dizem que é carnuda e saborosa. Açaí, acerola, pitomba e maracujá entram no cardápio em bebidas e sobremesas.
            Uma das estrelas do cardápio do navio é a mandioca. Está por toda a parte, de manhã no cuzcuz de tapioca e no almoço ou no jantar, a farinha grossa usada para o preparo de farofas que acompanham os pescados. O nome mandioca-brava se deve ao fato da raiz ser venenosa, mas não se preocupe, o veneno é “desativado” quando exposto a certas temperaturas e a mandioca pode ser seguramente no preparo de produtos como o beiju, tapioca, goma, tucupi e farinha.
            Vou assumir minha curiosidade em experimentar a comida dos ribeirinhos. Ingredientes que vão dá natureza para a mesa, brilhando de tão frescos. Preparações especiais, variedade, sabor. Nada de peixe congelado, frutas e legumes machucados e farofa de saquinho. Dá pra imaginar e ficar com água na boca e vontade de pegar o primeiro avião com destino a Manaus. E tem gente que ainda achando que é o peixe sem tempero que vai na lança mesmo pra fogueira...


Fontes de pesquisa: Wikipédia
Revista Menu, nº 158 ano 14 páginas 24 a 31